terça-feira, 22 de maio de 2012

A vida foi feita pra ser vivida a dois!

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto,
que mesmo em face de maior encanto
dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto,
e rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento.



E assim, quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive,
quem sabe a solidão, fim de quem ama,


Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama,
Mas que seja infinito enquanto dure.

(Soneto da Fidelidade - Vinícius de Moraes)

12 comentários:

  1. Fernanda,

    Lindo, lindo, lindo ......

    As fotos, poema de Vinicius de Moraes ......
    Parabens !!!!!

    Amor ...... e tudo que todos nos precisamos, nao so o amor a dois, mas o amor universal .... Gente.....estamos na era de Aquario ......... Conscientizacao .....nao estamos mais na era de Peixes, que um sai na frente e todos correm atras sem saber o por que.

    Beijos

    Gilda Bose

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    1. Que bom que você gostou, Gilda! Eu também gostei, mas sou supeita pra falar, né? beijos!

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  2. QueriDannemann...respeito profundamente esta sua escolha e acredito na sua sinceridade . Porém, como em tudo... há controvérsias e não existem verdades absolutas, bem sabemos nosotros, exceto que todos morreremos, mais cedo ou tarde. Há sempre , no mínimo, dois lados da questão.

    Como já escancarei o que sinto e sei, com relação a isto, vou reproduzir parte de uma entrevista que considero lucidíssima e faço minhas estas experientes e prestigiadas palavras, até por vivenciá-las feliz e integralmente, na práxis e no presente cotidiano.Já fui casado e sentiia-me solitário... e não troco minha vida de solteiro sem jamais sentir solidão, por nada nesta vida. Casei com a possível liberdade. Cada qual com a sua felicidade, nem melhor, nem pior, apenas, singular.
    Abraço apertado e beijo estalado.
    EstiMarcos

    NÃO precisa casar. SOZINHO é melhor. – entrevista com o psicanalista flávio gikovate.


    “Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre o amor e a individuação, opte pelo segundo.”

    Com 41 anos de clínica, o médico psiquiatra Flávio Gikovate , por meio de mais de 8.000 pessoas atendidas, as suas reflexões sobre o amor ao longo de esse tempo foram condensadas no seu 26º livro, Uma História de Amor… com Final Feliz. Na obra, a oitava sobre o tema, Gikovate ataca o amor romântico e defende a individuação, entendida não como descaso pelos outros e sim como uma maneira de aumentar o conhecimento de si próprio. Tendo sido um dos primeiros a publicar um estudo no país sobre sexualidade, atuou em diversos meios de comunicação, como jornais e revistas e na televisão. Atualmente, possui um programa na rádio, em que responde perguntas feitas por ouvintes.

    “Os solteiros que estão mal são os que ainda sonham com o amor romântico. Pensam que precisam de outra pessoa para se completar. Como Vinicius de Moraes, acham que que ‘é impossível ser feliz sozinho’. Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos.”


    Veja – O senhor diria para a maioria das pessoas que o casamento pode não ser uma boa decisão na vida?
    Gikovate – Sim. As pessoas que estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal casados. São indivíduos que se envolveram em uma trama nada evolutiva e pouco saudável. Vivem relacionamentos possessivos em que não há confiança recíproca nem sinceridade. Por algum tempo depois do casamento, consideram-se felizes e bem casados porque ganham filhos e se estabelecem profissionalmente. Porém, lá entre sete e dez anos de casamento, eles terão de se deparar com a realidade e tomar uma decisão drástica, que normalmente é a separação.

    Veja – Ficar sozinho é melhor, então?
    Gikovate – Há muitos solteiros felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando ou se sentem uma sensação de desamparo, aquele “vazio no estômago” por estarem sozinhos, resolvem a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom livro, vão ao cinema, eatro, etc.. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e se dedicam às tarefas que mais gostam.

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    1. EstiMarcos... sou apaixonada e adoro o casamento, mas não sou burra. Concordo com o Gikovate! A grande maioria dos casados é mesmo infeliz, eu sei, eu observo. E lamento. E é claro é possível ser feliz sozinho! Na verdade, é preciso ser feliz sozinho, gostar de si mesmo, da própria companhia... caso contrário, não dá mesmo pra ser feliz com outra pessoa. O que eu defendo, por outro lado, é a união (e não necessariamente o casamento) a uñião feliz: o compartilhar, o amar, o gostar, o estar junto, o viver junto. Isso aí eu defendo mesmo, porque o amor e a convivência saudável entre pessoas que se dedicam verdadeiramente a viver bem e com alegria... ah, meu querido EtiMarcos... isso é maravlhoso, e deixa sim a vida melhor e mais gostosa. beijão!

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    2. Quem diria! Descobri que faco parte da minoria; faco parte dos 5%!
      Faz 31 anos que conheci a pessoa com quem casei seis meses apos e posso afirmar que casamento eh tao dificil de "acertar" como a mega sena. Prova disso eh que, a 31 anos atras, com 27 anos de idade, ja havia passado por dois conturbados casamentos.
      Ao conhecer a pessoa que compartilha o dia a dia comigo nesses ultimos 11000 dias senti algo que antes nao havia e esse "algo" solidificava a cada dia, nos unindo de uma forma tal que nos levava ao casamento que ocorreu em 4/12/81.
      Do amor ardente (que nos olhos meus tao puro vistes, como escreveu Camoes) nasceu um sentimento que nos mantem unidos ate hoje: vivemos um para o outro mantendo cada qual a sua personalidade, o espaco proprio, as ideias e pontos de vista. Tendo alguns atritos pois somos diferentes mas eles sao excluidos das nossas vidas, minutos apos, posto que somos tao unidos!
      Eis que o poetinha termina o seu poema com: "Que não seja imortal, posto que é chama,
      Mas que seja infinito enquanto dure" e, ao escrever tao maravilhosas palavras, definiu o sentimento que nos une por mais de 3 decadas. Sim, nosso amor acabara um dia, o dia em que um de nos partir e deixar a saudade e, se acabar, sera por puro egoismo do que sobreviveu esperando que esse amor da pessoa que partiu continuasse apos a ida...

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  3. Fe, adorei a poesia e as fotos! o blog está ótimo parabéns!!!
    muitos beijos Tuca

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  4. "Amar é querer estar perto,se longe;
    E mais perto,se perto." ________Vinicius de Moraes!

    Monica.

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  5. QueriDannemann...faço minhas não só as palavras do Gikovate, como as suas, especificamente nestas condições saudáveis de relação . Só conheço, praticamente, você feliz no casamento. Sei que no início, quando tudo são flores e sonhos e até devaneios... há mais casais felizes...mas o tempo costuma evidenciar os espinhos e o bicho pega rsrs, como bem frisou o psicanalista em questão (e outros/as) .

    Como sou de família numerosa, além de observador, é facilmente constatável este doloroso e quase inevitável desfecho. Meus quatro irmãos, com filhos já crescidos, tiveram este destino comum: separações quase sempre traumáticas.

    Os casamentos de parentes e amigos que conheço, hum...não vou comentar para não ferir suscetibilidades e, para ficar bem na fita, reafirmo: mas há raríssimas e boas exceções, como a sua.

    Quem discordar dos seus argumentos de aspectos somente positivos , só pode ser idiota, afinal, coisas boas não devem ser dispensadas. Mas repito: você é uma exceção, quase um milagre, benza Deus! (e torço, de coração, para que este amor seja eterno ou o mais eterno possível) se levarmos em consideração as argutas palavras do genial Balzac:

    "É possível amar e não ser feliz, é possível ser feliz e não amar, mas amar e simultaneamente ser feliz, isso seria milagre."

    Como vivo em estado eterno de amor ágape e incondicional -por várias pessoas e coisas_posso garantir, parafraseando-a: quem se dedica verdadeiramente a viver bem e com alegria... ah, minha queriDannemann...e na maior liberdade possível ... isso é maravlhoso, e deixa sim a vida melhor e mais gostosa. beijão!
    EstiMarcos
    .

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  6. Além da evidência de que muitos casamentos se fazem entre os que amam e os que se deixam amar por comodismo, carência, esperteza, etc., segundo Gikocate, a idéia geral na nossa sociedade é a de que os opostos se atraem. Na juventude, não gostamos muito do nosso modo de ser e admiramos quem é diferente de nós. Assim, egoístas e generosos acabam se envolvendo. O egoísta, por ser exibicionista, também atrai o generoso, que vê no outro qualidades que ele não possui.

    O psicanalista Jurandir Freire Costa, professor do Instituto de Medicina Social da UFRJ, em seu seu livro, "Sem Fraudes, Nem Favor" examina a utopia erótica em várias obras e, por fim, a "gramática do amor romântico", na qual analisa o discurso ainda vigente sobre o amor.

    Especialista em expor os discursos ocultos sob as normas - sociais, morais, comportamentais, psicológicas -, Freire Costa dedica-se em seus profundos estudos a mostrar que a chamada "normalidade" possui uma gênese e uma história, ou seja, não existe desde sempre e que, como veio a se tornar padrão, também pode deixar de sê-lo

    . "Sem Fraude Nem Favor" demonstra o que há de histórico, relativo, condicional no ideal ainda marcado com o selo da "eternidade". Uma lista que inclui Helena de Tróia e Páris, Charlotte e Werther, Ceci e Peri, os heróis românticos do "Titanic" ,etc., parece comprovar que o amor sempre foi essa força avassaladora dos sentimentos, que nada, nem a morte, detém.

    Para a decepção de muitos, ele derruba essa derradeira crença e mostra que "o amor foi inventado, como o fogo, a roda, o casamento, a medicina, o computador, a democracia, o nazismo, os deuses e as diversas imagens do universo". Qual a necessidade de criticar e demolis o último ideal que nos resta?, podem perguntar alguns. "Apesar do enorme prestígio cultural, o amor deixou de ser um puro momento de encanto para se tornar uma "obrigação". Quando é bom não dura e quando dura já não entusiasma" é uma das razões alegadas pelo autor.

    O ideal do amor no qual nos fixamos, herdado do romantismo, "embalado por adiamentos, renúncias, devaneios, esperanças no futuro e 'doces momentos do passado'", tornou-se contraditório com nossa "paixão pelo efêmero". Em outras épocas, o amor não sé era outro, como estava relativamente à prova de crises de esgotamento à medida que não se reduzia à satisfação narcísica, ao gozo dos prazeres e das sensações "sem memória e sem história".

    Hoje, "privados de ideais afetivamente importantes, voltamo-nos para o amor como quem espera a Arca de Noé. Só que o Dilúvio chegou antes", escreve o autor. Devemos, então, abandonar essa canoa furada? Nem essa receita está disponível. Não é obra de curandeirismo emocional. Freire mostra que podemos nos livrar de um ideal de amor caduco, mas não estamos livres da necessidade de reinventá-lo. A minha blogueira predileta parece e creio...reinventou o seu amor, não é mesmo?


    Segundo a autor, o "ethos" que produziu o amor romântico é de uma família baseada na dissimetria, na opressão das crianças, na exclusão pelo preconceito sexual.

    Posso estar enganado, mas hoje o que se poderia fazer é voltar a amar de uma forma tranqüila, recuperar o que Hannah Arendt chamava de amor ao mundo. É ser capaz de perceber que estamos de fato articulados com coisas muito maiores e deixar de representar o parceiro como uma subespécie entre as coisas que nos dão satisfações prazerosas. Nada de complemento e sim suplemento.


    O amor hoje é vivido quase sempre como deficiência, frustração. Isso nos mantém sempre num estágio afetivo infantilizado, o de alguém que nunca cumpre o que quer para si, em vez de estar renovando os estilos de vida com os outros e nas mais variadas formas possíveis e ainda a serem inventadas. Tudo é impermanência.
    Abraço afetuoso
    Danilo

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